quarta-feira, 24 de outubro de 2018

oroboros

Olhando para trás, Trajetos Celulares é de uma constância admirável: apesar das várias dificuldades, o grupo permaneceu, se adaptou, consegue seguir se reconstituindo, repensando, repropondo. E após quase três anos de idealizado, eu Luara, reconheço o belo percurso proporcionado pelo fomento: a possibilidade de investir não só em uma ideia movida pelo afeto de estabelecer laços com idosas, mas em um projeto de vida, Móri Zines, que vejo hoje como abertura de caminhos entre as publicações independentes. Sem esquecer os cursos que me aproximaram do inacessível e elitista mundo da arte, como me apropriar e, de fato, começar a pensar sobre o capital que circula, planejar chegar a ele. Um edital, mais do que verba, é possibilidade de desobrigar do emprego do tempo em relações  comerciais, haver estrutura e incentivo para pesquisa, criação, diálogo.

Em setembro começamos o terceiro ciclo, Conhecer idosas, reconhecer caminhos, com equipe ampliada e mais especializada, e assim esperamos alcançar o grande objetivo de tornar as histórias ouvidas até aqui públicas, aproximar o público do material produzido e, sobretudo, aproximar esse grupo diverso das questões que afetam a esfera pública do universo do idoso, o acesso  a direitos, o uso da cidade.




Após o primeiro encontro com o NCI Jardim Miriam, surgiram algumas questões e a necessidade de pensar que relação queremos estabelecer com essas idosas, como nos colocar, que questões levar em conta. Essas primeiras perguntas deram origem a essa pesquisa sobre referências de trabalhos que pensam a velhice, além de instigar questionamentos sobre que materiais queremos produzir, como queremos impactar a sociedade. Sobra a vontade de ter pernas para editar Avozine, uma publicação independente apenas com produções de idosas, abordando temas de relevância para o idoso como sujeito social. 


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