A coisa mais legal do VAI tem sido encontrar um monte de gente mais ou menos da minha idade, fazendo coisas maravilhosas com baixos recursos. Conheci a Karol através de seu incrível projeto Nossa História Invisível. Há algumas semanas, fui ver a estreia da websérie no Matilha Cultural, sala cheia, foi muito lindo. Estamos conversando sobre várias coisas desde o começo do projeto e hoje rolou um skype firmeza com várias referências e dicas pra ajudar a pensar o processo (que me deu vontade de ter mesmo um projeto skype sessions pra conversar sobre temas específicos, trocar uma figurinha, etc).
Começamos falando sobre o projeto e anotei coisas que ela sugeriu ou achou da nossa proposta:
- pré-entrevista: antes de ligar a câmera, conversar para descobrir histórias e informações para serem usadas durante a entrevista;
- saber que as pessoas podem ficar tímidas e não conseguir falar, portanto
- o gravador pode ser um bom aliado;
- fábrica de pixe: a narração de uma história na qual diversos relatos se complementam;
- intercâmbio de fotos: ter fotos armazenadas de outras entrevistadas para serem disparadores dos relatos;
- fazer a takes da pessoa atuando, ex. olhando para o vazio, andando na rua, interagindo com objetos;
- quanto mais imagens melhor;
- pode ser interessante a perspectiva do jovem: o bairro que deixa de ser lar para ser hotel, a vida transcorre no centro;
- bom termômetro de passagem do tempo, transformações urbanas.
Depois rolaram várias referências legais:
Cultura das bordas, projeto dela sobre moradores personagens do bairro.
Gostei muito, especialmente do episódio do Luis Fernando. Fiquei toda mole e emocionada, transbordou ternura em cores vibrantes, achei tudo muito lindo esteticamente. Achei ele um personagem bem atemporal, um retrato tão real e possível de juventude. Mas a série toda é belíssima, me deu vontade de abraçar todo mundo.
Gostei muito, especialmente do episódio do Luis Fernando. Fiquei toda mole e emocionada, transbordou ternura em cores vibrantes, achei tudo muito lindo esteticamente. Achei ele um personagem bem atemporal, um retrato tão real e possível de juventude. Mas a série toda é belíssima, me deu vontade de abraçar todo mundo.
Video poesias, de Goldlink pela rubberband.
São videos maravilhosos, a voz dele é incrível, mas eu não entendo inglês. Sempre dá essa sensação que bato na borda da piscina e volto, nesses mesmos lugares. Preciso aprender essa lingua. Me lembrou os slams, me fez lembrar a necessidade que eu tenho tido de voltar a trabalhar com a palavra, o desejo pela palavra falada.
Flâner, de Cecile Emeke.
Bastante planos de pessoas atuando. É uma webserie de 4 episódios sobre negritude na França, que faz parte da strolling series, "conectando as histórias dispersas da diaspora negra". É um projeto maravilhoso, múltiplas perspectivas de referências negras não eua-centrada. Me fez pensar sobre como eu não sei nada a respeito dos fluxos de haitianos e várias identidades africanas que existem em SP.
Continue curioso, também pra reparar nos planos de ação. Fofo.
Staff riding, o video favorito dela.
É muito maravilhoso, sobre surfistas de trem na África do Sul. Mais um retrato muito real de juventude, é muito potente ouvir discursos da juventude sobre a morte. Esteticamente, o curta é incrível, as construções de urbanidades com mapas, vistas dos trens e fluxos de pessoas. Gostei muito, gostaria de filmar pessoas andando nas ruas do bairro.
Brandon Stanton, do projeto Humans of New York.
Acho muito legal quando a proposta cria alguma intimidade entre espectador e personagem, principalmente quando é uma pessoa que eu dificilmente encontraria no rolê. Acho que é uma atmosfera legal pra entender melhor outros mundos.
Bônus: ele ensinando a chegar junto nos humanos de nova iorque. Achei muito legal encontrar isso nessa altura do campeonatinho.
Acho muito legal quando a proposta cria alguma intimidade entre espectador e personagem, principalmente quando é uma pessoa que eu dificilmente encontraria no rolê. Acho que é uma atmosfera legal pra entender melhor outros mundos.
Bônus: ele ensinando a chegar junto nos humanos de nova iorque. Achei muito legal encontrar isso nessa altura do campeonatinho.
Um dois tres e ja, não lembro o porquê desse
É uma série da Galeria Experiência, laboratório fotográfico na Vila Madalena, sobre memórias de infâncias. Esse é do Jun Matsui tatuador muito sério - que eu nem conhecia - de SP. Achei bonito como um video curto consegue ir bem fundo tão rápido. Fiquei pensando sobre a possibilidade de entrevistar pessoas nas ruas para fazer videos drops.
Hélio Leites.
A Márcia Cardeal, que é muita alumi
ação na minha vida, já tinha me falado dele, e eu nunca tinha visto nada sobre o artista das miudezas, das coisas cotidianas, inutensílios. "A tristeza mostra pra gente coisas que a alegria não deixa ver".
Charlotte SP, filme nacional gravado com celular, acabou de estreiar. Queria que alguém me convidasse pra ver e pagasse meu ingresso, que eu nunca vou ao cinema, não queria gastar meus pobres golpinhos pra ver vida de modelo e seus migos ricos.
Hélio Leites.
A Márcia Cardeal, que é muita alumi
ação na minha vida, já tinha me falado dele, e eu nunca tinha visto nada sobre o artista das miudezas, das coisas cotidianas, inutensílios. "A tristeza mostra pra gente coisas que a alegria não deixa ver".
Charlotte SP, filme nacional gravado com celular, acabou de estreiar. Queria que alguém me convidasse pra ver e pagasse meu ingresso, que eu nunca vou ao cinema, não queria gastar meus pobres golpinhos pra ver vida de modelo e seus migos ricos.
Tá bom ou quer mais? Em quarenta minutos de conversa. Tá, meu bein?