Sexta-feira, finalmente me rendi ao café e comecei a trabalhar 14h30. Nada mal pra uma semana dessas. Amora continua com seu xixi apenas diário, finalmente fez cocô e essas coisas importam para o processo de criação. Ao que tudo indica, a partir de segunda-feira começamos a receber os equipamentos de impressão e eu estou TÃO ANIMADA. Acredito que tendo os equipamentos de criação ao acesso da mão, o processo criativo vai fluir numa velocidade que me agrade mais. Estou cansada e dispersa, mas apesar disso tenho certeza que estudar é o que mais vai me causar prazer agora; ontem os pomodoros foram muito eficientes, consegui trabalhar sem falcatruar e realmente fiquei bem concentrada nessa função.
DANDO OS COMEÇO, tenho pensado muito na necessidade de desenvolver alguma técnica para me sentir mais confiante quando saio de casa para fotografar, para ter um olhar ativo. Como ontem eu consegui bastante informação sobre o caminhar, acredito que seja um bom ponto de partida para repensar a minha relação com a urbe.
De alguma maneira, me sinto flertando com a geografia e com novas visões sobre o espaço e como habitar. Penso que me sinto muito presa às matrizes de conhecimento com as quais me sinto confortável ou "iniciada". Percebo também a pequeneza do tanque que me enfiei, e pode ser que estudar e me sentir íntima de novos temas, vernáculos, idéias ajude a dissolver o marasmo e o tédio.
Walkscapes: o caminhar como prática estética, de Francesco Careri. Tenho que pegar essa criatura. Consegui emprestado!!! Santo saite faces.
photowalk: esse site reúne informações sobre artistas que fazem caminhadas fotográficas, registram coisas away, caminhadas, enfim.
ainda estou achando apps sobre deriva e espaço urbano.
situationist (não existe mais)
derive urban exploration app (já postei antes e não gostei)
lugares invisíveis (que não entendi como funciona ainda, mas parece incrível)
o dérive parece promissor, bonito e fruto de um trabalho artístico, o que evidentemente me emociona mais. você escolhe uma trilha sonora e vai. vou derivar com ele.,
investigações sobre debord, situacionismo, deriva e ideias para a proposição de vistas
a-do-ro manifestos, trabalhar com literatura planfletária foi uma ideia real durante vários anos de juventú.
A alienação e a opressão na sociedade não podem ser mantidas em nenhuma de suas variantes, mas sim, apenas rejeitadas em bloco com essa mesma sociedade. Todo progresso verdadeiro fica evidentemente suspenso até que a multiforme crise atual encontre uma solução revolucionária.Na sociedade dominante de hoje, que produz em massa desconsolados pseudo-jogos de não-participação, uma atividade artística verdadeira é forçosamente classificada no campo da criminalidade. É semiclandestina. Aparece sob a forma de escândalo. (já foi, querido, o espetáculo-kapital engoliu qualquer autenticidade)
Eu não colaria com esse bonde.Suas experiências se propõem, no mínimo, a realizar uma revolução do comportamento e um urbanismo unitário dinâmico, susceptível de se estender para todo o planeta; e de se propagar, em seguida, para todos os planetas habitáveis. (quem não ama um boy megalomaníaco e colonizador do mundú?)Contra a arte unilateral, a cultura situacionista será uma arte do diálogo, da interação. Os artistas - como toda a cultura visível - chegaram a estar completamente separados da sociedade, assim como estão separados entre si pela concorrência.
Breve histórico da internacional situacionista
“As grandes cidades são favoráveis à distração que chamamos de deriva. A deriva é uma técnica do andar sem rumo. Ela se mistura à influência do cenário. Todas as casas são belas. A arquitetura deve se tornar apaixonante. Nós não saberíamos considerar tipos de construção menores. O novo urbanismo é inseparável das transformações econômicas e sociais felizmente inevitáveis. É possível se pensar que as reinvidicações revolucionárias de uma época correspondem à idéia que essa época tem da felicidade. A valorização dos lazeres não é uma brincadeira. Nós insistimos que é preciso se inventar novos jogos”. (guy debord)
Quando os habitantes passassem de simples espectadores a construtores, transformadores e “vivenciadores” de seus próprios espaços, isso sim impediria qualquer tipo de espetacularização urbana.
“O que você chama momentos, nós chamamos situações, mas estamos levando isso mais longe que você. Você aceita como momento tudo que ocorreu na história: amor, poesia, pensamento. Nós queremos criar momentos novos” (lefebvre)
A psicogeografia foi definida como um “estudo dos efeitos exatos do meio geográfico, conscientemente planejado ou não, que agem diretamente sobre o comportamento afetivo dos indivíduos”. E a deriva era vista como um “modo de comportamento experimental ligado às condições da sociedade urbana: técnica da passagem rápida por ambiências variadas. Diz-se também, mais particularmente, para designar a duração de um exercício contínuo dessa experiência”. Ficava claro que a deriva era o exercício prático da psicogeografia e, além de ser também uma nova forma de apreensão do espaço urbano, ela seguia uma tradição artística desse tipo de experiência (...) A deriva seria uma apropriação do espaço urbano pelo pedestre através da ação do andar sem rumo. A psicogeografia estudava o ambiente urbano, sobretudo os espaços públicos, através das derivas, e tentava mapear os diversos comportamentos afetivos diante dessa ação, basicamente do caminhar na cidade.Era situacionista “que se refere à teoria ou à atividade prática de uma construção de situações. Indivíduo que se dedica a construir situações” (26). Uma situação construída seria então um “momento da vida, concreta e deliberadamente construído pela organização coletiva de uma ambiência unitária e de um jogo de acontecimentos”.
“Nossa idéia central é a construção de situações, isto é, a construção concreta de ambiências momentâneas da vida, e sua transformação em uma qualidade passional superior. Devemos elaborar uma intervenção ordenada sobre os fatores complexos dos dois grandes componentes que interagem continuamente: o cenário material da vida; e os comportamentos que ele provoca e que o alteram”Este seria a fronteira onde nasceria a alienação mas onde também poderia crescer a participação; assim como o lazer seria o tempo livre para o prazer e não para a alienação, o lazer poderia passar a ser ativo e criativo através da participação popular.
O título do mapa, The Naked City, também escrito em letras vermelhas, foi tirado de um film noir americano homônimo (36). O seu subtítulo, illustration de l’hypothèse des plaques tournantes, fazia alusão às placas giratórias (plaques tournantes) e manivelas ferroviárias responsáveis pela mudança de direção dos trens, que sem dúvida representavam as diferentes opções de caminhos a serem tomados nas derivas.
Os mapas situacionistas, psicogeográficos, realizados em função de derivas reais, eram tão imaginários e subjetivos quanto a Carte du pays de Tendre; eles simplesmente ilustravam uma nova maneira de apreender o espaço urbano através da experiência afetiva desses espaços. Esses mapas, experimentais e rudimentares, desprezavam os parâmetros técnicos habituais pois estes não levam em consideração aspectos sentimentais, psicológicos ou intuitivos, e que muitas vezes caracterizam muito mais um determinado espaço do que os simples aspectos meramente físicos, formais, topográficos ou geográficos.mapa de tendre
- Como um filósofo, seja curioso com as coisas aparentemente insignificantes do cotidiano, elas são o material da exploração psicogeográfica;
- Mantenha um diário e reúna nele as impressões de suas derivas da forma que achar mais conveniente. Estudamos a cidade para transformar a forma com que a vemos;
- A noite também pode ser explorada, como falei em outro texto sobre sonhos lúcidos, é interessante criar um caderno de sonhos e insightspara associá-lo as experiências diárias. Poucas práticas proporcionam material criativo mais rico que essa;
- Não seja passivo, interfira no meio! Faça desenhos, grafitagens, performances, torne tudo público (anonimamente ou não). A cidade não é só para estudar, mas sim para modificar. Isso é um diário também, são pistas para outros jogadores urbanos, uma reação em cadeia da consciência coletiva com desdobramentos imprevisíveis;
- Meditar, ou seja, sentar e não fazer nada, também é uma forma de deriva (talvez a mais interessante delas). Se conhecemos a cidade andando livremente, conhecemos a mente descansando em seu estado natural, observando sem maiores expectativas.
superando o turismo, hakin bey
the situationist city (livro)
Urban Maps: Instruments of Narrative and Interpretation in the City
internacional situacionista online
cartografia escolar e boas referências para trabalhar com jovens
Uma cartografia das práticas arquitetônicas subversivas: relato de atividade desenvolvida para matéria de arquitetura com crianças em MG_Espaço; representação; experimentação; construção
the leaning tower of venice: acho que pode ser um modelo bonito de zine, review
sobre o trânsito de pessoas no decorrer de um breve período de tempo (me lembra a vontade de filmar coisas como: maneiras de descer um morrinho, possibilidades de desvio de poças d'água e goteiras, etc)
mapas y teknologia
openstreetmaps: mapa livre aberto e editável
mapas livres: projeto ptbr que trampa com openstreetmaps
mapzen: plataforma de mapeamento
latin american openstreet conference: 24~27 de novembro
técnicas de mapeamento
oficina de mapas livres
ótimo frame
Hoje foi um dia produtivo, trabalhei 7 pomodoros nisso, 4 horinhas de pesquisa. Cansei, entediei, vou fazer algumas outras coisas. Tô baixando um filme que ~~pode ter a ver ou não~~ e afinal de contas é sexta a noite e essa não foi uma semana fácil.
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